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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Adolescência

Um pequeno excerto de um ensaio sobre a adolescência.
A Nelma como modelo de um estudo acerca da irreverência própria da fase.








quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Retrato Artesanal

Bem, hoje apetece-me postar qualquer coisa e andei aqui às voltas a tentar descobrir um tema diferente.

Vou buscar uma foto ao baú. Um retrato.


Gosto particularmente deste retrato. Primeiro pela composição geométrica, que incuti na foto, depois pelo desfazamento do centro em que propositadamente coloquei a modelo, para que a sombra não ficasse demasiado longe do bordo esquerdo da foto, e dentro do limite das costas da cadeira. O fundo é um lençol caido numa forma não uniforme. A luz lateral, vinda de um candeeiro de pé, a incidir na face de um angulo estudado. A nitidez. Ahhh e é claro a beleza da modelo. 

Chamam a este retrato a "Monalisa". Eh eh eh eh.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Um pássaro com cores metálicas.

O por do sol africano é algo irreal.
Posto esta foto como ilustração do que se vê.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Brincadeiras de Penas

Este Domingo, uma torneira esquecida a correr fez com que se criasse um pequeno riacho numa clareira dentro do complexo. Poucas vezes vi os pássaros de diferentes espécies a interagir como vi nesse dia.
Entre banhos, e pulos num chilrear agudo andavam os pássaros num prolongado banho. O calor era muito.



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um encontro com as Gungas da Kissama

Para inicio de conversa convém explicar o que é uma Gunga.




Bom... a Gunga é o maior antílope de África, conhecido na língua inglesa como Eland. É um animal que pode atingir cerca de mil quilos. É grande, muito grande e extremamente ágil. O grupo que permanece nas imediações do complexo turístico da Kissama, de acordo com a minha contagem tem sete elementos.
Desde que no complexo se construiu um pequeno lago, as Gungas têm sido visitantes nocturnos assíduos, atraidas pelo odor irresistível da água. De notar que não chove uma gota desde Abril e a savana está seca.
Nas noites que tenho passado no parque, tenho passado momentos de excitação indescritíveis numa espera irracional, para observar de perto estes gigantes. E quase todas as noites tenho sucesso. Já estive a cerca de cinco metros delas, quando se aproximam do lago. É nestas alturas que nos lembramos daquilo que lemos nos livros, e que testamos, colocamos em prática, as técnicas de estarmos contra o vento e da observação critíca do animal. Pois bem, descobri o seguinte, durante a noite as Gungas, detêm uma audição extraordinária, guiam-se pelo olfacto e têm uma visão no escuro muito menor que a nossa.
É extraordinário sentir a elegância e a calma com estas se aproximam, apenas denunciadas por um ou outro galho que quebra, e pelo inconfundível estalido que o macho dominante emite de uma das patas. É então que o nosso coração dispara, quando nos vemos diante de um majestoso animal, que de subito irrompe em silêncio do matagal.
A frequência e o método das visitas das Gungas chamou-me a atenção. Elas não podem estar longe do complexo - pensei eu - se todas as noites vêm é porque durante o dia estão aqui bem perto.
Numa e outra saída notei que o mato estava pejado de excrementos e que os trilhos se multiplicavam, era prova que estas nunca se afastavam da água.
Decidi, calcorrear ao estilo de blood hound as matas circundantes, devagar, silenciosamente, lendo o solo, os excrementos, sentindo os cheiros e ouvindo para além do vento e do restolhar das folhas, tentando ouvir algum pássaro que denuncie o meu objectivo. Quando estamos sózinhos a procurar um animal tão grande como uma Gunga, todos os nossos sentidos estão a trabalhar em pleno, alimentados por um fluxo constante de adrenalina.
A mata aqui é composta por grandes aglomerados arbustivos que rodeiam as árvores ou os Cactos Euforbia, entre estes existem caminhos e pequenas veredas como se de um labirinto se tratasse. O capim é alto, e em determinados sitios apenas a cabeça está acima do mar de vegetação. Eu tenho um metro e oitenta.
Encontro um trilho largo, sem erva. É como se alguém o tivesse limpo propositadamente . Analiso as pegadas e concluo que é usado pelos elefantes, e por inúmeros outros animais. É uma via principal na savana e nela encontro um rastro fresco de Gunga. Olho em frente e caminho em silêncio, controlando a respiração, elas têm de estar perto. A atenção é importante, pois não nos queremos ver cercados por uma manada ou então estarmos inadevertidamente na rota de fuga de um animal selvagem tão grande.
BINGO!!!
Ali estão elas a menos de 30 metros, já me notaram. São seis as que consigo contar, dispersas e ocupadas, mordiscando os ramos altos dos arbustos. Vou fotografando à medida que me aproximo cautelosamente. As fêmeas e os juvenis arrancam em desfilada, ficam para trás dois machos poderosos, como se intencionassem proteger a fuga dos restantes. não duvido da intenção e quedo-me imóvel. Lentamente os dois avançam pelo trilho em perseguição do resto da manada, num silêncio espectral.
Volto-me e sigo eu, também em silêncio, rumo a casa... feliz.
Este é um pormenor de uma falésia em erosão... o porquê desta foto? Principalmente as cores, textura e a ideia de que o tempo e os elementos trabalham incansavelmente e tudo mudam.