Carrega-se o carro com alguma roupa e ruma-se à Kissama, chega-se no Sábado ainda com tempo de visitar a mata.
Que bela ideia... esta do Natal na Kissama.
Sem descurar o trabalho lá passei os dias até hoje.
Como podem imaginar tirei cerca de 1200 fotografias.
Compartilho convosco algumas das que tirei.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Golungo - Bush Buck
O bauala (Tragelaphus scriptus) é um antílope florestal que ocorre na África, frequentemente em regiões de água abundante. Tal espécie possui porte médio, com cerca de 1,5 metro de comprimento e chifres somente nos machos. Também são conhecidos pelos nomes de gazela-pintada, golungo e gulungo.
É provavelmente o mais abundante da Kissama.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Adolescência
Um pequeno excerto de um ensaio sobre a adolescência.
A Nelma como modelo de um estudo acerca da irreverência própria da fase.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Retrato Artesanal
Bem, hoje apetece-me postar qualquer coisa e andei aqui às voltas a tentar descobrir um tema diferente.
Vou buscar uma foto ao baú. Um retrato.
Gosto particularmente deste retrato. Primeiro pela composição geométrica, que incuti na foto, depois pelo desfazamento do centro em que propositadamente coloquei a modelo, para que a sombra não ficasse demasiado longe do bordo esquerdo da foto, e dentro do limite das costas da cadeira. O fundo é um lençol caido numa forma não uniforme. A luz lateral, vinda de um candeeiro de pé, a incidir na face de um angulo estudado. A nitidez. Ahhh e é claro a beleza da modelo.
Chamam a este retrato a "Monalisa". Eh eh eh eh.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Brincadeiras de Penas
Este Domingo, uma torneira esquecida a correr fez com que se criasse um pequeno riacho numa clareira dentro do complexo. Poucas vezes vi os pássaros de diferentes espécies a interagir como vi nesse dia.
Entre banhos, e pulos num chilrear agudo andavam os pássaros num prolongado banho. O calor era muito.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Um encontro com as Gungas da Kissama
Para inicio de conversa convém explicar o que é uma Gunga.
Bom... a Gunga é o maior antílope de África, conhecido na língua inglesa como Eland. É um animal que pode atingir cerca de mil quilos. É grande, muito grande e extremamente ágil. O grupo que permanece nas imediações do complexo turístico da Kissama, de acordo com a minha contagem tem sete elementos.
Desde que no complexo se construiu um pequeno lago, as Gungas têm sido visitantes nocturnos assíduos, atraidas pelo odor irresistível da água. De notar que não chove uma gota desde Abril e a savana está seca.
Nas noites que tenho passado no parque, tenho passado momentos de excitação indescritíveis numa espera irracional, para observar de perto estes gigantes. E quase todas as noites tenho sucesso. Já estive a cerca de cinco metros delas, quando se aproximam do lago. É nestas alturas que nos lembramos daquilo que lemos nos livros, e que testamos, colocamos em prática, as técnicas de estarmos contra o vento e da observação critíca do animal. Pois bem, descobri o seguinte, durante a noite as Gungas, detêm uma audição extraordinária, guiam-se pelo olfacto e têm uma visão no escuro muito menor que a nossa.
É extraordinário sentir a elegância e a calma com estas se aproximam, apenas denunciadas por um ou outro galho que quebra, e pelo inconfundível estalido que o macho dominante emite de uma das patas. É então que o nosso coração dispara, quando nos vemos diante de um majestoso animal, que de subito irrompe em silêncio do matagal.
A frequência e o método das visitas das Gungas chamou-me a atenção. Elas não podem estar longe do complexo - pensei eu - se todas as noites vêm é porque durante o dia estão aqui bem perto.
Numa e outra saída notei que o mato estava pejado de excrementos e que os trilhos se multiplicavam, era prova que estas nunca se afastavam da água.
Decidi, calcorrear ao estilo de blood hound as matas circundantes, devagar, silenciosamente, lendo o solo, os excrementos, sentindo os cheiros e ouvindo para além do vento e do restolhar das folhas, tentando ouvir algum pássaro que denuncie o meu objectivo. Quando estamos sózinhos a procurar um animal tão grande como uma Gunga, todos os nossos sentidos estão a trabalhar em pleno, alimentados por um fluxo constante de adrenalina.
A mata aqui é composta por grandes aglomerados arbustivos que rodeiam as árvores ou os Cactos Euforbia, entre estes existem caminhos e pequenas veredas como se de um labirinto se tratasse. O capim é alto, e em determinados sitios apenas a cabeça está acima do mar de vegetação. Eu tenho um metro e oitenta.
Encontro um trilho largo, sem erva. É como se alguém o tivesse limpo propositadamente . Analiso as pegadas e concluo que é usado pelos elefantes, e por inúmeros outros animais. É uma via principal na savana e nela encontro um rastro fresco de Gunga. Olho em frente e caminho em silêncio, controlando a respiração, elas têm de estar perto. A atenção é importante, pois não nos queremos ver cercados por uma manada ou então estarmos inadevertidamente na rota de fuga de um animal selvagem tão grande.
BINGO!!!
Ali estão elas a menos de 30 metros, já me notaram. São seis as que consigo contar, dispersas e ocupadas, mordiscando os ramos altos dos arbustos. Vou fotografando à medida que me aproximo cautelosamente. As fêmeas e os juvenis arrancam em desfilada, ficam para trás dois machos poderosos, como se intencionassem proteger a fuga dos restantes. não duvido da intenção e quedo-me imóvel. Lentamente os dois avançam pelo trilho em perseguição do resto da manada, num silêncio espectral.
Volto-me e sigo eu, também em silêncio, rumo a casa... feliz.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Já que falo tanto de Kissama...
Já que falo tanto de Kissama então está na hora de localizar pedagógicamente as minhas palavras.
A 75 km a Sul de Luanda, o Parque Nacional da Kissama ocupa uma área total de aproximadamente 9.900 Km2. Os seus limites são:
A Sul
A Oeste
O Parque Nacional da Kissama foi estabelecido como reserva de caça em 1938, pela então Administração Portuguesa, e transformado em Parque Nacional em 1957.
A 75 km a Sul de Luanda, o Parque Nacional da Kissama ocupa uma área total de aproximadamente 9.900 Km2. Os seus limites são:
A Norte
- Rio Kwanza, desde a foz até à Muxima
A Sul
- Rio Longa, desde a foz até à estrada de Mumbondo a Capolo
A Oeste
- A linha de costa entre a foz do Kwanza e o Longa
A Este
Começou a ser reabilitado em 2000/2001, depois de ter sido completamente devastado pela guerra cívil.
A vegetação varia muito das margens do Rio Kwanza para o interior do Parque, com mangais, mata densa, savana, árvores dispersas, cactos, imbondeiros e grandes zonas de arvoredo.
Com o apoio da Fundação Kissama, que envolve oficiais superiores da FAA, de uma ONG Sul-Africana e do Ministério do Ambiente, o parque começou a ser repovoado com animais vindos da África do Sul e do Botswana, através da Operação "Arca de Noé" levada a cabo pela Fundação Kissama, e da entrada natural de animais autóctenes, que voltaram com a paz.
Com o passar dos anos os animais reproduziram-se e hoje é possível ver uma fauna razoável de algumas espécies. A lista seguinte ilustra bem a evolução das espécies introduzidas e o sucesso desta operação:
- A estrada que vai da Muxima, Demba, Chio, Mumbondo e Capolo até ao rio Longa.
Começou a ser reabilitado em 2000/2001, depois de ter sido completamente devastado pela guerra cívil.
A vegetação varia muito das margens do Rio Kwanza para o interior do Parque, com mangais, mata densa, savana, árvores dispersas, cactos, imbondeiros e grandes zonas de arvoredo.
Com o apoio da Fundação Kissama, que envolve oficiais superiores da FAA, de uma ONG Sul-Africana e do Ministério do Ambiente, o parque começou a ser repovoado com animais vindos da África do Sul e do Botswana, através da Operação "Arca de Noé" levada a cabo pela Fundação Kissama, e da entrada natural de animais autóctenes, que voltaram com a paz.
Com o passar dos anos os animais reproduziram-se e hoje é possível ver uma fauna razoável de algumas espécies. A lista seguinte ilustra bem a evolução das espécies introduzidas e o sucesso desta operação:
- Elefante; 2001 - 35; 2008 - 55
- Elande (Gunga); 2001 - 8; 2008 - 140
- Girafa; 2001 - 4; 2008 - 11
- Kudu (Olongo); 2001 - 15; 2008 - 50
- Gnu Azul; 2001 - 15; 2008 - 45
- Zebra; 2001 - 15; 2008 - 45
- Avestruz; 2001 - 11; 2008 - 15
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Um encontro com África.
Faz por estes dias, 1 ano que nada posto neste blogue. Muita coisa se passou entretanto... muita mesma.
Por cá ando... ainda.
Encontrei África. Perdida entre capim alto, no fim de uma longa picada, é lá que mora... pelo menos uma parte daquilo que revemos em filmes antigos.
Kissama ou Quiçama, chamem-lhe aquilo que quiserem.
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